“Quem são os chagados de nosso tempo?” Na 5ª novena, o convite à transformação dos sentidos

Chegamos à segunda metade da Festa de São Francisco 2023. A cidade tem ficado pequena para a quantidade de romeiros que chega e a procissão rumo a Praça dos Romeiros neste quinto dia da novena já permite perceber isso. Na caminhada deste dia, frades franciscanos menores e menores capuchinhos, padres, seminaristas, religiosas, coroinhas e o povo de Deus, todos se confundiam em uma grande massa peregrina louvando a Deus pelo Santo de Assis.

Ao chegar na Praça, que também já estava lotada, os romeiros foram tentando se achegar para encontrar um lugar e tomar parte nesse momento de oração e louvação. Frei Francisco assumiu a animação da novena e, junto com Frei Gilmar, conduziram os momentos iniciais da novena. O estado da Bahia, homenageado neste noite, e as Pastorais da Saúde e da Criança, a Comunidade Católica Shalom e MESC, que estiveram na responsabilidade.

A coreografia para aprofundar o tema foi conduzida pelas estudantes e professoras da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE). O subtema da noite: “São Francisco nos ensina a evangelizar em fraternidade com os chagados”

Frei Roberildo, ministro dos frades menores capuchinhos do Ceará e Piauí e pregador da noite, iniciou a reflexão trazendo seu testemunho com uma graça alcançada.

Poderia até saudar vocês romeiros, ou nós romeiros, na pessoa de um adolescente de 16 anos, chagado não psicologicamente, mas no corpo. Ele veio aqui pagar promessa a muito tempo, veio lá de Sobral, a diocese homenageada de hoje. Vestido no traje marrom, como os pais diziam, ‘traje franciscano’, fez seu momento devocional e foi lá depositar onde se deve depositar e realmente ficou curado em seu corpo tocado pelas chagas do senhor, pela intercessão de São Francisco das Chagas de Canindé. E esse adolescente sou eu.

– Frei Roberildo, OFMCap

O frade continuou a reflexão sobre fraternidade dando exemplos de pequenos núcleos que fazem fraternidade, como os frades, a arquidiocese, a nação romeira, entre outros. Mas chama atenção que estar em coletivo não significa estar em fraternidade, é preciso algo a mais. “São Francisco nos convida a algo a mais, não estar juntos por qualquer coisa, mas com uma finalidade a mais, com um objetivo a mais, evangelizar, anunciar o Evangelho”, afirmou o pregador.

Sua reflexão pontou dois olhares presentes nas leituras do dia. O olhar do mestre da lei, de curiosidade com Jesus para saber quem era seu próximo, e o olhar do Bom Samaritano que, segundo o pregador, não viu rótulos ou marcas sociais diante do caído no caminho, viu um irmão, um próximo que precisava de sua ajuda.

Uma vez um mestre da lei tinha perguntado ‘quem é o meu próximo?’, Jesus ao querer responder pergunta: ‘Na tua opinião, quem se fez próximo homem caído?’ Portanto, não se trata de querer conseguir a vida eterna primeiro ao tentar encontrar quem é o meu próximo, o objeto da minha ação caritativa não se trata disso. Mas trata-se, em vez de procurar o meu próximo, de fazer-se próximo.

– Frei Roberildo, OFMCap

Em seguida, Frei Roberildo teceu um paralelo entre a atitude do olhar do Bom Samaritano com o caído no caminho e o olhar de São Francisco com o leproso. Foi nessa dimensão do ver que partiu a primeira transformação do jovem de Assis, quando deixou de olhar com nojo e repulsa para os leprosos e passou a vê-los como irmãos. O pregador ampliou o pensamento fazendo refletir como nossa conversão, igual a de São Francisco, deve partir também dos sentidos, ou seja, transformar-se na visão, na audição, no olfato, no tato e no paladar.

Na conclusão deste dia, a Benção do Santíssimo Sacramento deixou no ar um aroma de graças e muita fé sobre toda a Praça do Romeiro.

Fonte: Caio Renan – Serviço de Comunicação do Santuário

Fotos: Jander Silva

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