História

Em meados do século dezoito, Canindé era um aldeamento de índios vindos dos sertões de Monte-Mor. Não passava assim, de um pequeno núcleo, lugarejo inexpressiva. Habitavam todavia a vasta região alguns fazendeiros que se estabeleciam nas cercanias, vindos na sua totalidade das ribeiras do Jaguaribe e cujas terras lhes foram doadas por sesmarias. Praticavam o pastoreio. A Ribeira de Canindé, local que veio a se originar na atual região onde fica o Santuário de São Francisco das Chagas de Canindé, teve sua origem como data o dia 27 de fevereiro de 1731, sob o livro 11 e a sesmaria de nº 108 em favor da nação Canindé.

Canindé e o Santuário de São Francisco

A origem desse Santuário se deu com a colonização do Ceará que teve aliado as “Santas Missões”, andanças que eram feitas pelos padres missionários, onde aconteciam missas, batizados, confissões e muitas vezes de forma espontânia procissões, mesmo porque, as pessoas que estavam em determinadas localidades, resolviam seguir o missionário como forma de purgar seus pecados. Deste posicionamento, surgiu no Ceará, a prática das romarias e procissões cujo objetivo era difundir a cultura religiosa do colonizador e ao mesmo tempo, cristalizar os valores da civilização luso-européia.

Origens da ocupação dos Sertões de Canindé

São Francisco das Chagas é quem dá as boas-vindas, na entrada da cidade de Canindé. A replica, em tamanho gigante, está sempre de mãos estendidas e chagas à mostra, abençoando os romeiros que passam. Segundo o historiador da região Augusto César Magalhães, a história do município não é muito diferente da de outras cidades do sertão nordestino.

Depois vieram o cultivo da cana-de-açúcar e a criação do gado, no século XVIII. Chegou a época em que gado e a cana-de-açúcar não podiam mais conviver no mesmo espaço. O governo português emitiu um decreto proibindo a criação de gado a menos de dez léguas do litoral. “Começou-se, assim, o corre corre para o sertão, dando origem ao que chamamos hoje de unidades sociais do sertão: as fazendas”, contextualiza Augusto.

Foi assim também que os missionários franciscanos começaram a percorrer o sertão. E o povo ia se identificando com aquele missionário pobre, trajando o hábito franciscano: “Eles viam aquela figura que, para eles, era como se viessem a imagem de São Francisco. E se foi nesse clima que criou-se a devoção por São Francisco das Chagas”.

Nas pesquisas realizadas no livro do escritor Pinto, descreve que as ocupações na região aconteceram com a entrada para o interior, através das Ribeiras do Jaguaribe e do Acaraú, a região Centro-Norte onde está Canindé, também foi sendo ocupadas por fazendas, seus proprietários possuíam sítios na Serra do Baturité e utilizavam-nas no período de chuva, fugindo do frio e dos insetos que se proliferavam com a chegada das mesmas. Um desses homens foi Francisco Xavier de Medeiros, cidadão português que veio de Pernambuco para o Ceará numa dessas bandeiras de penetração para o interior que junto com o tenente General Simão Barbosa, resolveram construir uma capela para São Francisco. Reza a lenda que, na construção da Basílica, um homem teria despencado lá de cima, mas se valendo de São Francisco, ficou enganchado numa das tábuas, livrando-se de uma morte certa. Canindé, assim como outras cidades essencialmente religiosas, ganhou fama a partir dos supostos milagres ocorridos. (Fonte: Expedição Jornalística Rádio O Povo 30 Anos. Fundação Demócrito Rocha.)

O conhecido ensaio estatístico da província do Ceará, traz Senador Pompeu já em 1775 mencionando os sertões de Canindé como ocupado por grandes fazendeiros e a construção de uma capela dedicada a São Francisco das Chagas e que essa mesma capela por alvará d’El Rei D. João VI em 1817, ele afirma “(…) foi a capela de São Francisco então filial de Fortaleza elevada à categoria de Matriz Colada, ordem cumprida pelo bispo de Pernambuco e que em agosto do mesmo ano confirmou a colação do primeiro pároco da Freguesia, o então padre Francisco de Paula Barros.

Atuação dos missionários franciscanos

 Missionários franciscanos em evangelização nos sertões de Canindé.

Na região de Canindé atuavam a partir de 1758 Frei Manuel de Santa Maria e São Paulo o qual em 1759 celebrou missa em Campos na Casa da Fazenda de Antônio dos Santos e em Renguengue, Frei Bartolomeu dos Remédios entre 1766 e 1770 e Frei José de Santa Clara Monte Falco de 1781 e 1800 que foi o grande incentivador da construção da Igreja de São Francisco das Chagas de Canindé.

Com a construção da Igreja de São Francisco das Chagas tornou-se natural a celebração dos atos religiosos nos grande dias da Igreja, o lugarejo começa a crescer pois dar-se início a construção de residências em torno da edificação religiosa.

Antigo Santuário de São Francisco das Chagas, permanecendo com essas
características de 1796 a 1910.

A cidade hoje

Ela recebe milhares de devotos de São Francisco de Assis todos os anos. O fluxo é maior de agosto a janeiro, quando é tempo de alta estação. Não é por acaso que a cidade possui uma das maiores romarias dedicadas a São Francisco.

Boa parte da renda do município vem do turismo religioso. A importância do romeiro é tanta que, quando chega dia 3 de fevereiro é celebrado o Dia do Romeiro.

Canindé é conhecida pela motorromaria, procissão que reúne aproximadamente 30 mil motos para fazer o percurso Fortaleza-Canindé. A tradição é antiga, começou com alguns amigos e, em pouco tempo, tomou grandes proporções. “É um fenômeno de fé que vem sobre rodas trazendo cerca de 100 mil pessoas via BR-020”, conta. Na chegada, motoboys, mototaxistas e outros profissionais liberais benzem os capacetes na Basílica.

As peregrinações também são recorrentes no município. Grupos de até 300 fiéis fazem trajetos a pé para chegar à cidade, totalizando seis mil pessoas por ano. Como exemplo, Plínio cita as romarias Dom Joaquim e Maria Salgado. “É a fé em São Francisco que faz com que a cidade cresça”, conclui. Para pagar promessa, agradecer graça alcançada ou pedir bênção, Canindé está sempre pronta para receber a fé das pessoas. (Fonte: Expedição Jornalística Rádio O Povo 30 Anos. Fundação Demócrito Rocha.)

Sabemos que há muito o que melhorar na cidade; tornar a romaria mais organizada, estruturar os espaços da cidade e do Santuário, acolher melhor os nossos romeiros. Mas, São Francisco está aqui, e saber disso é o que nos dar forças para continuarmos lutando por um lugar melhor, para que cada vez mais possa-se cumprir a sua missão na evangelização e no acolhimento dos nossos irmãos e irmãs que fazem de Canindé a sua segunda casa.

Novo Santuário de São Francisco das Chagas, de 1915 aos dias atuais.

Veja outras informações sobre Canindé!

Campanha dos Benfeitores

Informações, atualizar cadastro, novo benfeitor, revista, doações

Secretaria do Santuário

Informações, horários de missas, cemitério São Miguel, doações

Secretaria da Paróquia

Informações, horários de missas, batizados, casamentos, dízimo

Pousada Franciscana CEFRAE

Hospedagem, acomodações e refeições para romeiros e visitantes

Livraria São Francisco

Informações, livros, bíblias, artigos religiosos, lembranças do Santuário