O Santuário

O Santuário
O Santuário

Localizado em pleno Sertão Central do Ceará, na cidade da fé, a nossa Canindé, a 110km da Capital do Estado, Fortaleza, está localizado um grande espaço de romaria, devoção e presença franciscana: O “Santuário de São Francisco das Chagas”. Sendo considarado hoje o segundo Santuário Franciscano do mundo, depois de Assis na Itália (local de origem), e o maior das Américas.

Quem poderia imaginar ainda por volta de 1758 quando os frades franciscanos e terciários franciscanos (da Terceira Ordem) fizeram nestes sertões as Santas Missões franciscanas e que mais tarde o local viria ser um grande centro de fé e devoção a São Francisco das Chagas.

Muitos fatos contribuiram para essa presença de tantos peregrinos na cidade e Santuário, entres eles a identificação com o próprio São Francisco das Chagas, o santo pobre, chagado, humilde, fraterno e amante da natureza. Que recebe a todos os irmãos e irmãs, e os acorre em intercessão junto ao Pai do céu. É isso que seus devotos procuram neste espaço sagrado, ter esse contato com o santo. E essa fé faz com que o Santo das Santas Chagas esteja tão presente em nossos corações.

O Santuário de Canindé é dotado de uma grande história de fé e devoção a São Francisco, foi nesse contexto que o Santuário passou por várias transformações no intuito de se adaptar as necessidades da evangelização, desde a construção da primeira capela até a sua reforma e mudança em sua estrutura quase que completa originando essa atual arquitetura, o Novo Santuário. Para entendermos um pouco essa história vamos acompanhar alguns pontos importantes.

Do Antigo Santuário ao Novo Santuário

Desde que Francisco Xavier de Medeiros, em 1796, entregou as obras do Santuário, faltando apenas o piso e a segunda torre, passam 60 anos em silêncio e sem termos notícia sobre qualquer serviço de construção ou de reforma. A partir de 1860, o Santuário merece os cuidados de artistas e cronistas, recebendo janelas envidraçadas, a restauração do altar-mor e novos altares laterais e um gradil de ferro para o patamar. Por último, Frei Matias empreendeu algumas reformas modernizando o Santuário, em 1903, abrindo arcadas na capela-mor, instalando nova iluminação e decorando os altares.

A construção da primeira igreja concluída por Medeiros em 1796, foi iniciada em 1775, neste perído aconteceram vários fatos que vieram aprovar a presença de São Francisco nesse local. Neste mesmo ano também registramos a chegada da imagem primitiva de São Francisco, conhecida também carinhosamente por seus devotos como São Francisquinho.

Da reconstrução o Novo Santuário

Contudo, o templo bem cuidado não podia esconder certos defeitos da construção primitiva, nem o tamanho satisfazia ao número crescente de romeiros. Daí o arrojado plano de Frei Matias, que em 1910, deveria tornar-se realidade: a reforma geral da igreja de São Francisco, segundo os projetos do arquiteto italiano Antônio Mazzini e com a devida autorização de Dom Joaquim José Vieira.

A matriz provisória

Terminada a festa de São Francisco, de 1910, a igreja de Nossa Senhora das Dores foi instalada como matriz provisória, recebendo também as imagens do Santuário, sendo elas a de São Francisco 1775 e a de 1796.

As alterações na estrutura da Igreja

Sobre as obras iniciadas a 17 de outubro de 1910, informa Augusto Rocha (historiador canindeense) do seguinte modo:

“Foram demolidas as tortuosas paredes laterais, que tanto afetam o antigo templo, substituídas por outras e enlarguecendo-o mais, subidas as torres à altura de 28 mts igualadas estas que se ressentiam de grande defeito, sendo uma mais larga que a outra, construído diversos altares, abertas arcadas suntuosas na nave do Santuário; levantada a cúpula ou zimbório no centro, enfim uma reforma completa ou antes uma reconstrução, aproveitando-se pouca coisa da antiga igreja”.

A nova construção apresenta, no seu conjunto, magnífico aspecto, embora manchado de alguns erros necessários e impostos pela tirania do espaço e pelo zelo econômico de Dom Joaquim; pois os Capuchinhos pretendiam levantar um Santuário de dimensões maiores que comportasse as massas de fiéis, ao menos durante as festas comuns.

Dificuldades de toda sorte embaraçaram as obras da construção a começar pela falta de braços de que se queixa Frei Matias, em 1911, falta esta que o arquiteto Mazzini procurou compensar com o emprego de métodos técnicos e máquinas de maior eficiência; o rompimento da guerra mundial de 1914 trouxe grande carestia dificultando a aquisição de material de construção.

Curiosidade…

Imaginemos a quantidade de materiais transportados em dorso de jumentos de lugares que variavam entre 10 e 60 km. Por isso, foi necessário construir em Canindé fornos e caieiras para preparar tijolos, telhas e cal. Os trabalhos estenderam-se até cerca do fim de 1915. Em 2 de maio de 1915, quando o Ceará presenciava a mais terrível seca, foi provisoriamente bento e aberto ao público o Santuário por Frei Cirilo de Bérgamo, então vigário de Canindé. Transladada a imagem milagrosa em procissão empolgante ao seu novo trono, Frei Marcelino de Milão proferia um de seus sermões mais comoventes, “fazendo bela e sublime comparação entre a saudade do povo cearense para com o Santuário Franciscano e a pungente recordação dos cativos em Babilônia, lembrados do famoso templo de Jerusalém”.

O Santuário-Basílica de Canindé

Frei Vênancio Willeke (autor do Livro São Francisco das Chagas), que residiu no Santuário de Canindé, faz um registro da magnífica estrutura da Basílica ainda após a conclusão do Novo Santuário: “Contrastando com o humilde casario da Cidade, o Santuário, construído em forma de cruz latina, aponta com as esbeltas torres e a majestosa cúpula para o alvo da peregrinação terrestre que é a pátria celeste, ao passo que o sagrado recinto do templo com os painéis alusivos à vida evangélica de São Francisco e o harmonioso grupo do pintor Jorge Kau, inspiraram ao romeiro a confiança no milagroso Padroeiro do Santuário e a saudade da comunhão dos Santos na vida eterna.

Posto que o novo Santuário de São Francisco se destine à maior glória de Deus e ao culto do Taumaturgo Seráfico, não deixa de pregar alto e bom som os merecimentos de seus construtores capuchinhos que, em pleno sertão, realizaram tão admirável obra de arte”.

Os afrescos e paineis do Santuário-Basílica

No decorrer dos anos, o imponente templo pedia a indispensável decoração, para a qual, em 1926, foi contratado o pintor alemão Jorge Kau, recomendado pela Sociedade de Arte Sacra.
Não foi apenas o vigário de Canindé que se interessou pelo embelezamento da Basílica. Quando Frei Lucas, em 1927, viu passar suas bodas de prata sacerdotais, os paroquianos o surpreenderam com a oferta de um vitral engastado na fachada do templo. Em 1945, o cronista de Canindé menciona a colocação de outros vitrais da autoria de Henrique Moser, destacando o harmonioso conjunto da capela do Santíssimo, criada no mesmo tempo com a construção de majestoso altar de mármore artificial e mesa da comunhão igualmente de mármore. Destarte os fiéis encontram dentro da Basílica um lugar reservado que convide à adoração de Jesus Sacramentado.

O coro da Basílica

Durante a gestão de Frei Aurélio Baeumker, 1944-1947, inaugurou-se o novo coro da Basílica, “obra suntuosa de perfeito acabamento em cimento armado e marmorite, projetada pelo construtor Francisco Campos em cooperação com o engenheiro Frederico Draenert.

Outras melhorias

Sob a administração de Frei Valfredo Tepe (1952-1955), houve os seguintes serviços de melhoramento e reforma, na Basílica: na capela-mor foram abertos dois arcos para melhor arejamento e iluminação natural; a SACRISTIA, até então acanhada, foi alargada em forma de semicírculo, oferecendo espaço para as confissões, e as paredes internas do Santuário receberam uma barra de marmorite, dispensando-se para o futuro.

Elevação a dignidade de Basílica Menor

Um templo que se tornara cenário de estupendos favores celestes e Santuário regional de todo o Norte e Nordeste do Brasil não podia deixar de merecer também a benevolência especial do supremo Representante de Cristo na terra. Graças ao vivo interesse de Dom Manuel da Silva Gomes, 1° Arcebispo de Fortaleza, a Santa Sé promoveu O SANTUÁRIO DE SÃO FRANCISCO DAS CHAGAS À CATEGORIA DE BASÍLICA MENOR, JUSTAMENTE EM 1925, quando completava 150 anos, desde a fundação da primitiva capela de Canindé.

Em Grego, a palavra “basileus” que dizer “rei”. Basilica é a igreja do rei. Só há registro de dois modelos de igreja com esse título, as Basílicas Maiores só há três citadas em Roma (São Pedro, São Paulo e Santa Maria Maior); as outras do resto do mundo, como Canindé, são Basílica Menores. A solenidade ocorreu por ocasião do 7ª Centenário da Morte de São Francisco. Ainda para destacar a grandiosidade do titulo recebido a igreja é que registramos os magníficos afrescos do pintor italiano George Kau no interior da Basílica, no mesmo ano. Outro destaque ficam pela torres com janelas góticas atingem a altura de 32 metros e a cúpula central 35 metros. O interior original do templo foi construído em fino estilo toscano.

As imagens de São Francisco da Basílica

O capitão Jerônimo Machado fez a doação da imagem grande de São Francisco(1796), que possivelmente foi trazida de Portugal. Por essa época, já era venerada em Canindé a imagem primitiva ou “São Francisquinho”(1775), que ainda hoje é conduzida solenemente na procissão do dia 04 de outubro.

Novas benfeitorias

A realização de uma grande reforma na Basílica feita em 2010 deu novo brilho no interior e exterior do templo que ganhou nova pintura, revestimentos de suas paredes internas de pedra granito, reparos no piso, nova iluminação, sistema de som e ventilação modernos, sobre administração do Pároco e Reitor do Santuário Frei João Amilton dos Santos, OFM.

Atualmente a Basílica de São Francisco das Chagas é um belo templo cuja riqueza da obra todos admiram.

Fonte: Equipe do Site Santuário e LIVRO: SÃO FRANCISCO DAS CHAGAS DE CANINDÉ, de Frei Venâncio Willeke, O.F.M.

A Instalação da Paróquia

Por alvará de do Rei D. João VI, datado de 30 de julho de 1817, foi a capela de S. Francisco então filial de Fortaleza, elevada a categoria de matriz colada, ordem cumprida por Frei Antonio de São José, bispo de Pernambuco  o qual a primeiro de agosto do mesmo ano confirmou a colação do 1° pároco da freguesia, Padre Francisco de Paula Barros, nomeado pela carta régia de 10 de julho anterior.

A conclusão da Capela e a posse do primeiro Capelão

A capela primitiva de São Francisco em Canindé já se achava minúscula devido ao elevado fluxo de romeiros que passavam a visitar o local de onde se ouvira falar em milagres atribuídos ao santo. Em dezoito anos de construção, as paredes não passaram de oito palmos de altura. Finalmente em 1796, a capela foi inaugurada, embora faltasse uma das torres e parte do assoalho, tendo por primeiro capelão o padre João José Vieira.

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