A Festa de São Francisco em Canindé proporciona aos romeiros e devotos, um verdadeiro retiro espiritual. As lágrimas que correm dos olhos de quem chega na Basílica, as pedras sobre a cabeça na subida da Via Sacra ou mesmo as mãos que desejam tocar no Santíssimo Sacramento são frutos de um desejo interior de quem almeja se encontrar nestes dias com o Sagrado.
Além de toda programação religiosa, a cidade de Canindé conta com um espaço que favorece este momento de silencio e contemplação do Mistério de Deus. Em meio a movimentação da Romaria e da programação intensa no Santuário, o romeiro encontra uma pausa restauradora no Mosteiro do Santíssimo Sacramento em Canindé. A imagem que nos faz recordar é a de Santa Clara, que muitas vezes acolheu Francisco e seus companheiros no interior do Mosteiro de São Damião para ouvir a Deus.
Canindé, sendo um lugar que jorra em fonte o franciscanismo, conta com a presença das três Ordens da Família Franciscana, Frades Menores, Irmãs Clarissas e Ordem Franciscana Secular e ainda conta com a presença das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição e a Juventude Franciscana (JUFRA) que se revezam e partilham o serviço de proporcionar aos devotos momentos de profunda intimidade com o Altíssimo e Bom Senhor.
Em conversa com Irmã Vitória, OSC, a religiosa lembrou que, assim como Francisco de Assis, os romeiros devem encontrar em cada canto de Canindé um espaço para a oração e assim como o santo fazer de sua vida uma expressão desta intimidade profunda com Deus. A irmã Clarissa alertou ainda para o risco da romaria se tornar um turismo religioso quando não se vive com devoção e espiritualidade estes dias festivos e o quanto a bagagem de volta, pode ficar vazia diante das riquezas espirituais encontradas nestes dias.
Na rota preparada pelas romarias, o Mosteiro é um espaço que deve ser visitado, pois faz parte do itinerário religioso. As monjas que compõem a Segunda Ordem da Família Franciscana em meio aos trabalhos diários buscam atender e ouvir os Romeiros que lá chegam. O espaço que fica na Rua Paulino Barroso conta com Missas diárias, de segunda a sábado com missa às 6h e aos domingos às 7h.
Com as forças físicas e espirituais renovadas, os peregrinos põem os pés na estrada e, cheios, acolhem os sinais de Deus presentes nas expressões da romaria. Da clausura, as damas Pobres lançam seu olhar piedoso e suas mãos incansáveis repetindo o que outrora fez Clara ao se sentir ameaçada pela invasão dos sarracenos em Assis: “Filhas queridas, recebemos todos os dias muitos bens desta cidade. Seria muita ingratidão se, na hora em que precisa, não a socorrêssemos como podemos”.
Texto: Frei Roberto Alves – Serviço de Comunicação do Santuário
Fotos: Arquivo – Mosteiro do Santíssimo Sacramento