Canindé inicia comemorações alusivas aos 200 anos da Paróquia de São Francisco das Chagas

Uma cidade no meio do Sertão do Ceará, conhecida Internacionalmente por abrigar o maior Santuário Franciscano das Américas e realizar a segunda maior festa em homenagem ao santo no mundo, vive agora uma história Bicentenário, com as comemorações dos 200 anos da criação da Paróquia de São Francisco das Chagas.

Neste domingo dia 15 de janeiro a igreja católica inicia as comemorações alusivas com uma missa na Quadra da Gruta de Nossa Senhora de Lurdes, presidida pelo Pároco e Reitor Frei Marconi Lins, às 18 horas.

A celebração comemorativa terá a presença de frades professos temporários da Custódia de São Benedito da Amazônia (Santarém), da Província de Nossa Senhora da Assunção de Bacabal no Maranhão e Província de Santo Antônio do Brasil em Recife – Pernambuco que se encontram em Canindé para curso interprovincial de franciscanismo, cujo o tema: é Missão Franciscana, abre as festividades.

Segundo o livro de frei Venâncio WILLLEKE, terminada, em linhas gerais, a construção do Santuário de São Francisco das Chagas, os canindeenses requereram a fundação de um convento franciscano ao lado do novo templo, alegando que em vez de oferecerem as esmolas aos religiosos de Pernambuco preferiram inverte-las na manutenção de uma comunidade a ser estabelecida em Canindé.

Dada, porém, a sistemática supressão das Ordens religiosas pelo governo colonial, Canindé compartilhou a triste sorte de Oeiras, Aquiráse Natal, recebendo, em 1798, em lugar de guardiões franciscanos do Santuário, um capelão na pessoa do terciário de São Francisco Pe. João José Vieira o qual, em seguida, assumiu também a administração do patrimônio do Santo, continuando no exercício dos dois cargos até a sua morte em 1812.

CRIAÇÃO DA PARÓQUIA

As aspirações dos canindeenses, já por todo esse tempo, visavam a criação da paróquia de São Francisco, visto que o Pe. Vieira não podia satisfazer plenamente o seu sagrado ministério. Um requerimento, despachado neste sentido, antes de 1800, perdeu-se. Em 1801, os principais fazendeiros e outros moradores da zona encaminharam outra petição expondo a triste situação religiosa dos sertões canindeenses, lamentando a pouca diligência do vigário de S. José de Ribamar em atender às necessidades espirituais de seus paroquianos distantes e solicitando a criação de nova freguesia com a matriz de São Francisco das Chagas. O vigário de S. José, Pe. Cláudio Álvares da Costa, consultado a respeito, tentou desfazer os motivos alegados, caindo porém nos mesmos exageros de seus acusadores; pois o parecer escrito pelo Visitador eclesiástico, Pe. José Pereira de Castro e dirigido ao Governador da diocese de Olinda, apoiava, em parte, as queixas apresentadas pelos canindeenses. Entretanto o Governador da diocese deixou de aceder ao requerimento por esperar com brevidade o novo Bispo de Olinda.

Não consta ter havido outras tentativas no intuito de se obter a criação da nova paróquia até 1816, após a gestão do Pe. Francisco de Paula Barros, o qual, em 1813, fora empossado tão-somente como capelão e não como administrador do patrimônio, tendo deixado o cargo em dezembro de 1815, para se retirar às ribeiras do Banabuiú; foi substituído em Canindé pelo Pe. Rodrigo José de Melo.

Foi, pois, em 1816, que os canindeenses tornaram a requerer ao governo a graça solicitada em 1801. Apoiados que se viram desta vez pelo Capitão-mor Antônio José Moreira Gomes, pelo Governador do Ceará, Manuel Inácio de Sampaio, alegando este o recente aumento da população, e especialmente pelo Pe. Francisco de Paula Barros, o qual foi incumbido pela população de defende-lhes os interesses na corte do Rio de Janeiro. Com efeito, em fins de julho, seguiu o ex-capelão de Canindé para Olinda e reunidos na cúria diocesana os documentos necessários, partiu em agosto para o Rio, onde não só encaminhou o processo de fundação da freguesia de São Francisco, mas também o de sua colação como vigário, prestando, para esse fim, o costumeiro concurso, aos 28-1-1818.

Desta vez, o resultado não se fez esperar; pois, obtida a 1-8-1817, a confirmação do Governador da diocese de Olinda, foi desmembrada da freguesia de S. José a de São Francisco das Chagas e elevado à categoria de Matriz o Santuário do mesmo taumaturgo em Canindé. Aos 30 de outubro de 1817, o respectivo alvará régio recebeu a assinatura de Dom João VI no Rio de Janeiro.

Com informações da Assessoria da Paróquia-Santuário de São Francisco das Chagas de Caninde.

Foto: Arquivo da Paróquia.

Fonte: WILLEKE, Frei Venâncio, OFM. Livro São Francisco das Chagas de Canindé.

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