Seu amor por todas as criaturas, seu carinho pelos animais, pelas aves, por todos os elementos da natureza, fizeram dele o patrono da ecologia. Uma ecologia não teórica, mas de louvor, de respeito pela obra do Criador.
Ao lavar as mãos, Francisco o fazia de tal modo que não colocasse os pés sobre a água derramada. Caminhando sobre as pedras, fazia-o com amor e respeito. Ao irmão que ia cortar lenha, recomendava para deixar alguns ramos. Ao irmão hortelão pedia que não ocupasse todo o chão com plantas comestíveis, mas deixasse em pedaço para flores e plantas de cheiro. Francisco afirmava que toda criatura diz e clama: “Foi Deus que me criou por causa de ti, ó homem”. Acariciava e contemplava com afeto a todas criaturas. Todas existiam para lembrar ao homem de louvar o Criador.
Admirava o irmão Fogo: não gostava que apagassem lâmpada acesa, que se jogassem brasas pela janela, mas queria que fossem colocadas delicadamente no chão, por respeito Àquele que criou o fogo. O sol, a luz e o fogo eram admiradores acima de tudo.
Ensinou-nos há tantos séculos a tão moderna e terapêutica oração de louvor: ”De manhã, quando nasce o sol, todos devem louvar o Senhor por ter criado a luz, que nos ilumina na escuridão”.
Falava com as plantas, os animais, as aves, a natureza, os astros, o granizo, como se fossem pessoas e lhes falava de Deus. Muitas vezes, estas conversas terminavam em êxtase.
Tudo isso era simbólico: a partir de uma realidade material chegava a uma realidade espiritual. Assim, a água que purifica, lembrava a penitência que purifica; a solidez da rocha em que nos apoiamos, lembrava a força de Deus que é o nosso apoio; a beleza e a ternura de uma flor recém-aberta lembrava-lhe a ternura do coração divino.
Por tudo isso, o dia da festa de São Francisco é o dia da ecologia, do meio ambiente.
Fonte: São Francisco. O Poeta da criação. Autor: Pe. José Artulino Besen. Editora: Mundo e Missão.