Movidos pela devoção a São Francisco de Assis, cerca de 150 pessoas caminham em direção ao maior santuário franciscano das Américas. Serão 132 quilômetros de caminhada até Canindé. A Romaria Dom Joaquim é realizada tradicionalmente há 59 anos. Até chegar ao destino final, na manhã de domingo dia 09, são cinco paradas para descanso.
A romaria partiu da casa dos fundadores da romaria, na Rua Dom Joaquim, 275, no bairro da Aldeota no dia 04 de outubro. Raimunda Braga, conhecida pela comunidade como Raimundinha, recebe cada um dos inscritos, a quem também entregou um terço, para guiar as orações durante a caminhada.
Na primeira romaria, lembra ela, participaram apenas umas cinco pessoas. Número que, a cada ano, passou a aumentar. A motivação para a demonstração de fé foi à cura da asma do marido, José Braga, conhecido como Zequinha. “Minha idade não é problema. Ainda tenho saúde. Minha única angústia é seguir pela primeira vez sem meu marido, que faleceu há quatro meses”, confessa Raimundinha.
Abençoados pelo padre Laurindo Martins de Almeida, após rezarem um terço guiado pela fundadora da romaria, os fiéis iniciaram a caminhada, por volta das 8h30min do dia 04 de outubro. Três veículos fazem o suporte, levando a bagagem e os alimentos. Além de materiais arrecadados para serem doados nos lugarejos.
Entre os romeiros, veteranos e iniciantes, de todas as idades. A representante comercial Salete Carmana, 45 anos, estava apreensiva. “Fico preocupada em não conseguir seguir até o final. Mas, ao mesmo tempo, dá energia ouvir as histórias de senhoras de idade que já acompanham a romaria há muitos anos”, diz.
Além de amigos e familiares de dona Raimundinha, muitos dos inscritos na romaria chegam à Rua Dom Joaquim convidados por pessoas que já viveram essa experiência.
Assim aconteceu com a aposentada Maria de Fátima Aquino, 55 anos. Ela seguiu a pé com destino à Canindé pela segunda vez. “Quando você chega e assiste a missa esquece de todo o cansaço do caminho. É uma experiência excelente, indescritível”, conta.
Prova disso é a presença de brasileiros de outros estados. A médica Clinete Lacativa veio do Rio de Janeiro para acompanhar a Romaria Dom Joaquim. “Participei uma vez em 2002. A solidariedade das pessoas no caminho e a forte religiosidade são muito marcantes”, destaca.
Os romeiros já passaram por Ladeira Grande, Amanari e Campos Belos. Hoje a caminhada continua por Santa Fé e Caridade, de onde caminham mais 21 quilômetros até Canindé.
Com informações do Santuário de São Francisco das Chagas de Canindé (www.santuariodecaninde.com).
Foto: Arquivo da Paróquia-Santuário de São Francisco