Devoção, fé e emoção marcaram o início do ciclo das romarias em Canindé, que se iniciaram ontem, dia 02 de agosto, e vão até dia 03 de fevereiro de 2018, com a tradicional Festa do Romeiro.
O dia começou com uma missa às 6hs com a participação da família franciscana presente em Canindé.
Fiéis da Bahia, Maranhão, Piauí, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco e várias cidades do Ceará, participaram das comemorações que contam a história da vida de um homem que aprendeu através de seus gestos fazer o bem.
Canindé, que este ano comemora 259 anos das origens de devoção a São Francisco, realizou ontem uma das festas mais concorridas no meio dos franciscanos: O Perdão de Assis. Missas, procissão, confissões, rezas e a ordenação presbiteral de frei Francisco Rogério Sousa, natural de Catunda (CE), e frei Ricardo Gomes, de Pernambuco, marcaram os 801 anos da Indulgência plenária da Porciúncula. Pela segunda vez na história católica da cidade, a imagem de Nossa Senhora dos Anjos saiu às ruas para ser reverenciada pelos fiéis.
Durante a celebração presidida pelo pároco e reitor do Santuário frei Marconi Lins, a Pastoral da Juventude fez uma apresentação belíssima, em frente à Basílica, para mostrar através da encenação o real significado do Perdão de Assis. As cenas emocionaram os presentes.
Durante a pregação, frei Marconi Lins fez questão de lembrar da história de São Francisco, que em vida sempre buscou ajudar os mais humildes, e eis a razão de escolher Canindé para sua morada, pela humildade, simplicidade e carisma de seu povo. Ontem também foi lançado o cartaz da Festa de São Francisco das Chagas de 2017, que tem como tema: ‘’Francisco, restaura a minha igreja”, numa entrevista coletiva na sacristia da Basílica de São Francisco das Chagas. A Secretária de Turismo de Canindé, Socorro Bastos, participou da solenidade e disse que a Prefeitura vai participar ativamente dos festejos alusivos ao santo.
Confira galeria de imagens da Missa Festiva do Perdão de Assis celebrada em frente a Basílica:
O PERDÃO DE ASSIS
Ontem, a santa madre Igreja, abrindo com materna generosidade os tesouros que por Cristo Senhor lhe foi confiados, deu a seus filhos a possibilidade de lucrar a indulgência plenária da Porciúncula, cuja origem se deve àquela ardentíssima caridade com que São Francisco de Assis, pai seráfico dos frades menores, iluminou e incendiou de amor os lugares e as almas que tiveram a alegria de conhecê-lo. Segundo as crônicas da Ordem, no ano de 1216, após passar a noite em profunda oração, São Francisco teve na pequenina igreja da Porciúncula, nas proximidades de Assis, uma visão de Maria Santíssima e de seu divino Filho. Perguntaram-lhe, naquela milagrosa e singular aparição, que favor ele gostaria de pedir. Zeloso pela salvação das almas, Francisco não demorou a responder-lhes: “Que todos quantos, arrependidos e devidamente confessados, vierem visitar esta igrejinha, possam receber a completa remissão de seus pecados”. Jesus então lhe disse: “É grande o que me pedes; mas o concedo de bom grado, sob a condição de que vá pedir tal indulgência ao meu vigário na terra, o Papa”. Francisco foi às pressas ao encontro do Pontífice reinante à época, Honório III, que, apesar das hesitações da Cúria Romana, acabou por aprovar aquele inusitado pedido. Voltando a Porciúncula poucos dias depois, o pai seráfico exclamou, com lágrimas de alegria, diante do povo e do episcopado da Úmbria: “Irmãos, quero levar-vos todos para o Paraíso!” E assim ficou instituído o chamado Perdão de Assis.
Essa indulgência, válida até os nossos dias, pode ser lucrada todo dia 2 agosto pelos fiéis que, cumprindo as condições usuais, visitarem a pequena igreja da Porciúncula, na Basílica de Santa Maria dos Anjos. No entanto, aos fiéis que não for possível realizar essa peregrinação a Igreja concede a mesma indulgência, bastando-lhes para isso, além de preencher as condições requeridas — confissão sacramental, comunhão eucarística e oração nas intenções do Santo Padre —, visitar uma igreja catedral ou a matriz paroquial e, nessa piedosa visita, recitar a Oração Dominical e o Símbolo dos Apóstolos. Esse privilégio se estende também a todas as igrejas franciscanas. Ouçamos, pois, o grito que o Evangelho deste dia põe na boca de São Pedro: “Senhor, me salva!” Dirijamos a Deus essa mesma súplica e, de coração contrito, aproveitemos os dons que Ele, por intermédio de sua única e santa Igreja, hoje nos concede. Corramos a lucrar a indulgência da Porciúncula; livremo-nos do Purgatório, socorramos as almas que lá ainda padecem, abramo-nos ao perdão de Deus. — “Irmãos, quero levar-vos todos para Paraíso!”, permanece a clamar.
O Papa Francisco recordou a recorrência do Perdão de Assis, afirmando ser “um forte chamado a aproximar-se do Senhor no sacramento da Misericórdia e também da Comunhão”.
Muitos têm medo de se aproximar à Confissão ao esquecerem que lá “não encontramos um juiz severo, mas o Pai imensamente misericordioso” refletiu o Papa.
“É verdade que quando vamos ao confessionário, sentimos um pouco de vergonha”, prosseguiu o Pontífice, acrescentando que isto acontece com todos. Mas o Papa observa que “devemos lembrar que também esta vergonha é uma graça que nos prepara ao abraço do Pai, que sempre perdoa e sempre perdoa tudo”.
Dia 2 de agosto foi celebrado em todas as paróquias do mundo e em todas as Igrejas franciscanas o Perdão de Assis, ou, a Indulgência da Porciúncula. A origem desta graça está ligada à história da pequena Porciúncula, dentro da Basílica Santa Maria dos Anjos, em Assis, de São Francisco e de toda a Ordem Franciscana.
Fonte: Com informações da Secretaria de Turismo de Canindé. Fotos colaboração: Antônio C. Alves. Publicação de conteúdos de mídias: Equipe de Comunicação de Mídias Digitais do Santuário / P@scom.