O Santo Padre Papa Francisco, no domingo de Cristo Rei, do dia 24 de novembro de 2013, presenteou a igreja com sua primeira Exortação Apostólica sobre a evangelização, intitulada de Evangelii Gaudium – “A Alegria do Evangelho”.
Papa Francisco afirma que “não se pode pensar em uma igreja sem alegria”, e destaca que se pode ver um pouco do coração da alma de Jesus, do seu coração alegre.
Tendo em vista a necessidade de os cristãos serem alegres, terem esperança, confiança em Deus, e São Francisco ser exemplo de uma perfeita alegria e amor pelo evangelho, o Santuário de São Francisco das Chagas de Canindé se prepara para receber milhares de romeiros e visitantes na grandiosa Festa de São Francisco das Chagas que neste ano acontecerá no período normal, de 24 de setembro a 04 de outubro, refletindo o tema: São Francisco, alegria de viver o Evangelho.
A escolha do tema já nos diz muito, e assim como com Cristo, costumamos pensar em São Francisco rezando, caminhando, evangelizando, mas não temos o hábito de pensarmos n’Ele sorrindo, alegrando-se! Mas São Francisco era cheio de alegria interior, a mesma que Ele dá a cada um de nós que visita este Santuário. Seu modo de viver está expresso na perfeita alegria, tema da espiritualidade franciscana.
Saiba mais… Conhecendo a história…
A Perfeita alegria
Um dia, enquanto São Francisco caminhava com Frei Leão, vindo de Perusa para Santa Maria dos Anjos, durante um rigorosíssimo inverno, Francisco o chamou, pois o seu companheiro andava mais a frente e lhe disse: “Irmão Leão, ainda que o frade menor desse o maior exemplo de santidade e de boa edificação, em toda a terra, escreve que nisso não está a perfeita alegria”.
Andando mais um pouco torna a o chamar: “Ó Irmão Leão, ainda que o frade menor curasse os cegos, os paralíticos, os surdos, os coxos, os mudos e mesmo ressuscitasse mortos de quatro dias, escreve que nisso não está a perfeita alegria”.
Andando mais um pouco, Francisco grita com força: “Ó Irmão Leão, se o frade menor soubesse todas as línguas do mundo, todas as ciências, escrituras e profetizasse e revelasse as coisas futuras, os segredos das consciências, escreve que nisso não está a perfeita alegria”.
Indo mais adiante, São Francisco o chama novamente com força: “Ó Irmão Leão, ovelhinha de Deus, mesmo que o frade menor falasse a língua dos anjos e soubesse tudo sobre as estrelas e sobre as ervas e lhe fossem revelados todos os segredos da terra, dos pássaros, dos peixes, de todos os animais, homens, árvores, pedras, raízes e águas, escreve que nisso não está a perfeita alegria”.
E caminhando mais um pouco torna a o chamar em alta voz: “Ó Irmão Leão, ainda que o frade menor soubesse pregar como ninguém e convertesse todos os infiéis da terra, escreve que nisso não está a perfeita alegria”.
Francisco continuou falando assim durante duas milhas. Então, Frei Leão, bastante admirado, perguntou-lhe: “Pai, peço-te por amor de Deus que me digas onde está a perfeita alegria”.
Então, o santo respondeu: “Quando nós chegarmos ao convento de Santa Maria dos Anjos, totalmente molhados, tremendo de frio por causa da neve, cheios de lama e de fome e batermos na porta e o irmão-porteiro nos disser: Quem são vocês? E nós lhe dissermos que somos dois de seus irmãos, mas ele irritado falar: Não são não! Vocês são dois vagabundos que andam enganando a todos por aí, roubando as esmolas dos pobres. Por isso, fora daqui! E não nos deixar entrar no convento e fazer com que fiquemos na neve, na chuva e com frio e fome até de noite: então, se suportarmos tudo isso com alegria, sem nos perturbarmos e sem murmurarmos contra ele e até pensarmos humildemente que o porteiro nos reconheceu e nos falou aquilo tudo com a permissão de Deus: aí, sim, irmão Leão, escreve que nisto está a perfeita alegria!”
Depois de tudo isso, irmão Leão, se continuarmos a bater na porta e ele sair do convento furioso e nos expulsar falando-nos muitas injúrias e nos der bofetadas dizendo: “Fora daqui, seus ladrões vis, aqui ninguém lhes dará comida nem cama. Se nós suportarmos tudo isso com paciência e alegria e de bom coração, escreve irmão Leão, nisso está à perfeita alegria!”
E ainda uma vez, por causa da fome e do frio da noite, batermos e chamarmos e pedirmos por amor de Deus com muitas lágrimas que nos abre a porta e nos deixe entrar e, se ele mais escandalizado nos chamar de vagabundos importunos e disser que nos pagará como merecemos e sair com um bastão nodoso na mão e nos agarrar pelo capuz e nos atirar ao chão e nos arrastar pela neve e nos bater muito; se suportarmos todas estas coisas com paciência e alegria, pensando em tudo o que Cristo bendito sofreu por nós; escreve, irmão Leão, que nisso está a perfeita alegria e ouve, pois, a conclusão: acima de todas as graças e de todos os dons do Espírito Santo, os quais Cristo sempre concede aos seus amigos, está o dom de conseguir vencer-se a si mesmo e, de boa vontade, suportar todas as injúrias e desprezos, lembrando sempre que todos os dons vêm de Deus, como nos diz o Apóstolo: Que tens tu que não o haja recebido de Deus? E se recebeste dele, porque te glorias?
Mas, irmão Leão, nós podemos nos gloriar na cruz da tribulação de cada aflição, porque isto sim é nosso!
Colaboração: Eva Santos – Rádio São Francisco. Fonte Equipe de Comunicação do Site Santuário (www.santuariodecaninde.com)