Cidade do Vaticano (RV) – No final da tarde da última Quinta-feira Santa, 17 de abril, o Papa Francisco presidiu a Missa da Ceia do Senhor no Centro “Santa Maria da Providência”, em Roma, quando repetiu o gesto de Jesus e lavou os pés de 12 deficientes assistidos pela Fundação Padre Gnocchi. A Missa, num clima de muita intimidade e familiaridade, foi concelebrada pelo Presidente da Fundação, Mons. Angelo Bazzari e pelo Capelão do Centro, Padre Pasquale Schiavulli. O coro era formado por internos e por voluntários do Centro que animam a Missa aos domingos.
Na sua breve homilia, antes do rito do Lava-pés, o Santo Padre recordou que aquilo que Jesus fez na última Ceia foi um gesto de entrega. ”É como a herança que nos deixa”, afirmou. “Ele que é Deus se fez servo, servidor nosso. E esta é a herança: também vós deveis ser servidores uns dos outros. E Ele fez este caminho por amor: também vocês deveis amar-vos e serdes servidores no amor:
“E faz este gesto de lavar os pés, que é um gesto simbólico. O faziam os escravos, os servos aos comensais, às pessoas que vinham para a refeição, porque naquele tempo as estradas eram todas de terra e quando entravam em uma casa era necessário lavar-se os pés”.
“E Jesus faz este gesto – disse o Santo Padre – um trabalho, um serviço de escravo, de servo”, e acrescentou:
“Nós devemos ser servidores uns dos outros. E por isto a Igreja, no dia de hoje, em que se comemora a Última Ceia, quando Jesus instituiu a Eucaristia, também faz, na cerimônia, este gesto de lavar os pés, que nos recorda que nós devemos ser servos uns dos outros. Agora eu farei este gesto, mas todos nós, no nosso coração, pensemos nos outros e pensemos no amor que Jesus nos disse que devemos ter pelos outros, e pensemos também como podemos servi-los melhor, as outras pessoas. Porque isto Jesus quis de nós”.
Após, o Papa Francisco lavou os pés de 12 pessoas assistidas pelo Instituto. O grupo, com idades entre 16 e 86 anos, era formado por italianos e estrangeiros, todos portadores de doenças ortopédicas, neurológicas e oncológicas que provocam invalidez. Entre estes, chamou a atenção o mais jovem do grupo, Oswaldinho, de 16 anos, nascido em Cabo Verde e residente em Roma. Em agosto de 2013, ao jogar-se no mar num local raso, teve um trauma vértebro-medular com tetraplegia imediata. Hoje se locomove em uma cadeira de rodas. Os doze assistidos simbolizam as velhas e novas formas de fragilidade nas quais a comunidade cristã é chamada a reconhecer Cristo sofredor e a dedicar atenção, solidariedade e caridade. (JE)
Fonte: Portal de Notícias do Vaticano.