A Igreja no Brasil prepara o seu 3º Congresso Missionário Nacional (3º CMN), marcado para os dias 12 a 15 de julho em Palmas (TO). A iniciativa é das Pontifícias Obras Missionárias (POM), Conselho Missionário Nacional, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB).
Em pauta estarão temas como a missão diante de um mundo secularizado; a relevância do Vaticano II e o compromisso com a missão aqui e além-fronteiras. O Congresso de Palmas reunirá cerca de 600 pessoas representantes dos Regionais e Organismos missionários, e servirá como preparação do Brasil para o 4º Congresso Missionário Americano – CAM 4 – Comla 9, marcado para 2013, em Maracaibo, na Venezuela.
O objetivo geral do encontro é “assumir a dimensão universal da missão, guiados pelo Espírito, a serviço do reino, à luz do Concílio Vaticano II e da caminhada latino-americana em vista do Cam4 – Comla 9”.
Para dom Pedro Brito Guimarães, arcebispo de Palmas e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB, sediar um Congresso Missionário Nacional será um privilégio e uma bênção: “Este Congresso é uma chuva de bênçãos para Palmas e para o Tocantins”, disse.
Em entrevista ao programa brasileiro da Rádio Vaticano, o diretor nacional das POM no Brasil, padre Camilo Pauletti, falou especificamente sobre as dificuldades missionárias na Amazônia. Para ele, as dificuldades econômicas e políticas, ao lado do descaso dos poderes públicos, da cobiça dos madeireiros e da invasão das terras indígenas são desafios que requerem a presença missionária e profética da Igreja.
“A Amazônia do Brasil tem um conjunto que soma 57 dioceses. As distâncias, as dificuldades econômicas, um povo que vive um pouco mais afastado e abandonado pelo poder público, tudo isso requer uma atenção maior. Além disso, é uma região cobiçada por pessoas que são gananciosas em relação à natureza, a retirada da madeira, a exploração dos rios e minérios, da invasão das terras indígenas. Diante disso, a presença da Igreja tem que ser profética e que venha a defender as pessoas, atender esse povo mais simples e mais pobre”, destacou o diretor das POM.
Segundo o padre Pauletti, “o nosso trabalho missionário enfrenta diversos desafios, mas estão firmes com as obras missionárias, com as animações missionárias e com a formação missionária. Realmente, a Amazônia, também é um desafio no sentido dos recursos humanos e materiais. Pouco a pouco as regiões sul e sudeste do Brasil estão manifestando solidariedade com a Amazônia, mas precisamos crescer mais”.
A CNBB, por sua vez, também se volta para a Amazônia, e vários motivos se colocam ao redor desta preocupação. O interesse pela Amazônia assumiu tanto significado e urgência que na 41ª Assembleia Geral, em 2003, por unanimidade, tomou-se a decisão de formar uma Comissão Episcopal da Amazônia.
Em junho de 2011, a CNBB nomeou como presidente desta Comissão o cardeal Cláudio Hummes, prefeito emérito da Congregação para o Clero. Dom Jaime Vieira Rocha, bispo de Campina Grande (PB) também compõe a Comissão Episcopal, que tem como membros: dom Erwin Krautler, bispo da Prelazia do Xingu (PA), dom Moacyr Grechi, arcebispo emérito de Porto Velho (RO) e dom Sérgio Castriani, bispo de Tefé (AM).
Dom Cláudio Hummes diz que a Comissão tem duas grandes finalidades: uma é manter a Igreja, ou seja, os bispos espalhados pelo Brasil, interessados na Amazônia, que não se esqueçam da Amazônia, “e com eles, ver o que se pode fazer para que a Igreja na Amazônia seja bem sustentada e assistida por nós como irmãos no Episcopado. A segunda é a própria Igreja na Amazônia, com tudo o que são seus grandes projetos, seu crescimento, suas alegrias e tristezas; digamos, suas aspirações e suas carências. Além disso, é claro, é preciso acompanhar, estar ali junto, como um irmão que quer estar a serviço”.
Fonte: CNBB