Sob os belíssimos vitrais e as imagens sacras da Basílica do Sagrado Coração de Jesus em Recife, Frei Beto Breis foi ordenado Bispo. A celebração aconteceu no último dia 7 de Maio, Solenidade da Ascenção do Senhor, e contou com a presença de bispos, sacerdotes, religiosos, religiosas, familiares e amigos.
Durante a homilia, o Arcebispo de Recife e Olinda Dom Fernando Saburido, que pela primeira vez realiza uma ordenação episcopal, encorajou Frei Beto ao dizer “Não tenha medo, jamais a graça de Deus e a fraternidade episcopal irão te faltar. Basta assumir em sua missão o lema episcopal “nasceu para nós no caminho” e trilhar confiantemente o caminho que Deus lhe reservou sendo Ele mesmo a luz que irá te iluminar.”
Frei Amilton dos Santos, ministro da Província Franciscana de Santo Antônio, participou da celebração e demostrou a alegria pela ordenação ao agradecer a disposição e o serviço que Frei Beto prestou a Ordem dos Frades Menores.
Dom José Geraldo da Cruz, bispo de Juazeiro da Bahia e Dom José Haring, bispo de Limoeiro do Norte no Ceará, acompanharam Dom Fernando no rito de Ordenação Episcopal como bispos ordenantes. Outros 30 bispos de diversas localidades do Brasil se fizeram presentes na celebração.
Frei Paulo Araújo, diretor administrativo do Sistema de Comunicação, Frei Sergio Moura, vigário provincial e guardião e Frei Marconi Lins, pároco e reitor do Santuário de São Francisco das Chagas que compõe a fraternidade de Canindé também participaram da solenidade.
Ao final da celebração Dom Frei Beto agradeceu aos presentes, seus familiares e ainda aos frades da Província Franciscana de Santo Antônio e destacou que agora inicia uma nova missão com o báculo na mão como pastor e as sandálias nos pés como franciscano. Ao término de sua fala e já se identificando com a nova missão parafraseou uma canção conhecida de Luiz Gonzaga “Eu gosto de Petrolina e adoro Juazeiro.”
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Veja a mensagem de Dom Frei Beto: “Um Pastor segundo o coração de Jesus”
Com estas palavras, ou com outras semelhantes, muitas pessoas desde a minha nomeação para o episcopado, no dia 17 de fevereiro último, expressaram-me seus votos e seus desejos. Aqui, nesta Basílica do Coração de Jesus, essa é, de fato, a minha súplica ao Senhor: que eu me con-figure sempre mais a Ti, Bom Pastor, em minha vida e missão a serviço do Teu rebanho. Sem as pompas de príncipe, mas com a proximidade e ternura de quem “nasceu por nós no caminho” (natus nobis in via). Que eu me revista das nobres vestes daquela com-paixão que rejeita as armaduras da indiferença e do mundanismo, como tanto nos adverte o Papa Francisco. Obrigado, Senhor, porque em tua misericórdia nesta Ano Jubilar me chamastes pelo nome – me nomeastes – para o serviço episcopal. Eterna e desconcertante é a Tua Misericórdia!
Prezados irmãos no episcopado aqui presentes, caros sacerdotes, diáconos, seminaristas, religiosos e religiosas, irmãos e irmãs,
Posso testemunhar que a Graça do Coração de Deus “me acompanha sem cessar” (como diz uma conhecida canção do Padre Zezinho), sendo muitos os sinais – expressões sensíveis – dessa presença amorosa e misericordiosa em minha vida.
Nas pessoas dos meus amados pais, José e Marlene, aqui presentes, quero bendizer ao Senhor pela minha família. Agradecer-lhes por todo amor prodigalizado e pelo seu eloquente testemunho que sempre me norteou na vida e missão como religioso e sacerdote. Aos demais familiares e amigos conterrâneos de São Francisco do Sul (SC) minha eterna gratidão e meu orgulho por essas raízes tão amadas. Destaco o conterrâneo Padre Ney Brasil, renomado compositor sacro e biblista, que com seus 87 anos nos alegra com sua presença e nos presenteou com o belo hino inspirado em nosso lema episcopal (que logo mais entoaremos juntos) .
Celebrando neste ano trinta anos de Vida Religiosa Franciscana bendigo ao Altíssimo e Sumo Bem pela graça dessa vocação. Expresso minha gratidão aos confrades franciscanos, particularmente aos da minha Província (Província de Santo Antonio), pelo dom e desafio da fraternidade e pela Missão compartilhada nestes anos todos. Obrigado pela alegria que sempre inundou meu coração por ser frade menor com vocês e como vocês.
Meu muito obrigado a todas as comunidades paroquiais que me acolheram desde que cheguei aqui no Nordeste ainda como jovem frade professo temporário: Salgadinho (em Olinda), Nova Metrópole, Sirinhaém, Ipojuca, Otávio Bonfim/Fortaleza. Assinalo com um carinho todo especial a Comunidade de Saramandaia (aqui no Recife) – minha escola e meus mestres nos tempos de estudos de filosofia e teologia, e a Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, Nova Metrópole (Arquidiocese de Fortaleza) onde exerci meus primeiros oito anos de ministério presbiteral. O “primeiro amor ninguém esquece”. Digo sempre que lá eu “era feliz….e sabia”.
Na estimada e venerável pessoa do nosso Arcebispo Metropolitano de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, agradeço a todos os que formam essa Igreja Particular pela solicitude e afetos dispensados sempre, particularmente neste tempo de preparação para a ordenação episcopal. Em Dom Genival Saraiva, bispo emérito de Palmares, a quem admiro terna e profundamente, no jovem e dinâmico Padre Marcelo Júnior, nos amigos da equipe de cânticos e na Pastoral Familiar da Arquidiocese manifesto minha gratidão a todos aqueles que têm se empenhado na preparação e organização desta solenidade, desde a acolhida a tantos amigos que irmãos que vieram de outras paragens. Aos religiosos salesianos meu reconhecimento por prontamente cederem este belo templo para esta cerimônia.
Na pessoa de Dom José Geraldo, bispo Diocesano, dirijo-me, por último, à Igreja que está em Juazeiro, retomando inicialmente algumas palavras da carta que vos dirigi logo após a nomeação episcopal:
“Como vocês sabem, a cidade de Juazeiro nasceu a partir de uma Missão dos frades de nossa Província Franciscana de Santo Antonio (de 1706 a 1840), uma Missão marcada por contradições próprias da época, mas também por um ardor missionário com fortes acentos de despojamento (que os franciscanos chamamos de Minoridade) e abnegação que hoje nos desafiam e interpelam. A bela imagem da Virgem das Grotas, Padroeira da cidade e da Diocese, é testemunha desses primórdios da Evangelização nessas paragens baianas e acena para a presença materna da “Virgem feita igreja”, como chamava o Santo de Assis. Irei movido e co-movido pela mesma Paixão pelo Evangelho e pela decisão de fazer-me irmão e servidor dos irmãos. O lema que escolhi, “Nasceu por nós no caminho” é um trecho de um salmo natalino composto por São Francisco de Assis. Ao encanto pelo Senhor Oni-potente que humildemente fez-se pequeno e pobre, nosso irmão, soma-se a exigência de seguirmos suas pegadas, colocarmo-nos permanentemente a caminho (“in via”), em permanente estado de Missão e de conversão eclesial. Sou francisquense, franciscano e, a partir de agora, serei sãofranciscano, bebendo das águas do “rio da integração nacional” e percorrendo ruas e estradas da Diocese com o cajado de pastor e as sandálias de frade menor.”
Que a ponte que une Juazeiro e Petrolina, Bahia e Pernambuco, seja sinal da efetivação do que deve ser minha presença pastoral entre vocês: fazedor de pontes, sinal e promotor de unidade e comunhão. Posso, com convicção, dizer-lhes hoje que desde a nomeação e, particularmente, após aqueles dias tão especiais da Semana Santa em Juazeiro meu coração sentiu-se vinculado a vocês. Penso já em atrever-me a adaptar a bela e imortal canção Luiz Gonzaga, nosso mestre Lula, que diz:
“Petrolina, Juazeiro, Juazeiro, Petrolina
Todas as duas eu acho uma coisa linda
Eu gosto de Juazeiro e adoro Petrolina”
Em breve período de tempo sei que poderei cantar:
Todas as duas eu gosto o tempo inteiro.
Eu gosto de Petrolina e adoro Juazeiro.
+frei Beto Breis
Fonte: Equipe de Comunicação do Site Santuário: Fotos: Reprodução – Rede Social Frei Beto.