Dos mais jovens aos mais velhos, São Francisco marca a vida do povo de Deus

A romaria é lugar de encontro. No epicentro da fé, o Santuário de São Francisco, pessoas de todos os estados, cidades, idades, gêneros, raças e gerações se encontram para louvar o Pai Seráfico. Nossa equipe foi a campo ouvir um pouco das histórias que carregam esse diálogo geracional que tem em São Francisco seu ponto em comum.

A minha devoção com senhor São Francisco começou assim: Me deu uma febre, doendo meus rins, aí fiz um exame e meus rins estavam cheios de pedras. Me deram um cartãozinho pra eu ir pra Teresina, me operar. Aí eu fiz uma promessa com senhor São Francisco que se eu passar por essa sem precisar me operar, eu vinha 6 anos seguidos pra Canindé e deixava a farda aqui […] Eu nesse tempo, eu acho que eu tinha uns 25 anos, tô fazendo 73 agora. São Francisco é meu comprade d’alma, ele é padrinho da minha filha. Eu sou a mulher mais feliz da vida.

(Maria de Nazaré, Maranhão, 73 anos)

Também é possível perceber que a romaria é quase uma herança, um precioso deixado de geração em geração. É o que podemos ouvir de Luana.

Eu comecei a vim a partir de gerações já. Minha bisavó, minha avó, né? Eu comecei a vir, eu acho que tinha 2 anos. Tenho 23 anos agora. Por conta da pandemia, a gente não veio, mas aí a dois anos a gente vem. Minha avó e minha mãe têm promessas com São Francisco, eu e meu irmão também.

(Luana, Maranhão, 23 anos)

A experiência do encontro com Deus e São Francisco aparece constantemente no diálogo com os romeiros. Apaixonar-se pelo Santo de Assis parece algo inevitável quando apresentado no seio da família e da comunidade.

Minha avó festejava São Francisco já quando eu nasci, aí minha mãe, quando tinha seus 25 anos começou a vir pra Canindé. Aí ela começou vindo, vindo, aí tá com dois anos que eu venho com ela, ela traz os netos. […] Daí nós pegamos a paixão pela romaria, e pelos milagres que ele [São Francisco] opera nas nossas vidas.

(Mirian, 43 anos)

Assim, a experiência da romaria atravessa as gerações como um presente espiritual e afetivo que as famílias deixam para os seus filhos e netos. Os relatos ajudam a percebermos a relevância de guardar a memória daqueles que iniciaram a peregrinação e deixaram adiante a missão de vir a Canindé. A romaria também é sinal de ancestralidade.

Texto: PasCom – Pastoral da Comunicação da Paróquia de São Francisco das Chagas

Foto: Antônio C. Alves

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