Celebrando o Trânsito de São Francisco, nona noite de novena nos convida a refletir a fraternidade na hora da morte

            Às portas do dia do Pai Seráfico, São Francisco, a Praça da Basílica saudou o Painel de São Francisco que saiu de sua capela pela última vez durante os festejos deste ano. Amanhã, já estaremos em procissão com a imagem primitiva do santo querido. Sob os dobrados da banda de música e os cânticos do grupo de animação, a multidão rumou para a Praça dos Romeiros.

            O animador desta última noite, Frei Francisco, acolheu o ícone do santo trazido pelo seu povo. Nesse dia, diferente dos demais, os frades, os padres, religiosas(os) não permaneceram no altar central, pois a novena, dedicada e sob responsabilidade da Família Franciscana, recebera a procissão com velas acesas de todos os frades, freiras e leigos que compõe o grupo das três ordens fundada por São Francisco.

            A celebração do Trânsito marca uma antiga tradição do franciscanismo de celebrar os últimos momentos do patrono das ordens. No rito, os frades cantaram a lenta e grave sequência de São Francisco, Frei Artur proclamou o Evangelho de João e o pregador da noite, Frei João Amilton dos Santos, dirigiu breves palavras para a assembleia lotada.

            Na pregação, o frade refletiu sobre a dimensão do sacrifício de Cristo enquanto não somente um fato, mas também um convite, para que abandonemos nossos egoísmos em favor de consumir-se para dar frutos.

Assim também fez São Francisco e somos chamados a seguir os passos de Jesus nesse mesmo caminho. Não aceitemos permanecer como semente, nossa meta é germinar flores, frutificar, somos chamados a doar nossas vidas pela causa do Evangelho, pelo bem do próximo e pelos que vivem o abandono.

Frei João Amilton

Continuou:

Nesta noite do trânsito, Francisco deixa uma marca histórica para os frades menores, as Clarissas, a ordem terceira, seus devotos e a Igreja do mundo inteiro. Os últimos momentos da vida de São Francisco não foi desespero, mas foi de muita harmonia, alegria, fé, esperança, levando palavras de conforto para sua fraternidade e todos que o procuravam.

Frei João Amilton

A celebração deu prosseguimento com a encenação feita pela comissão paroquial da juventude, de forma a ilustrar os momentos próximos a pascoa do santo.

A apresentação teatral foi seguida de um momento especial dentro dos festejos. O definidor Geral da Ordem dos Frades Menores, Frei César Külkamp entregou para a fraternidade provincial, um pergaminho com uma bênção especial conferida pelo Ministro Geral Frei Massimo Fusarreli em razão do centenário da presença da OFM na cidade de Canindé. O momento simbólico da benção, foi estendido para todos os presentes com a entoação da benção adotada por Francisco retirada do Livro de números. 

A coroação deste momento especial foi a tradicional queima de fogos, que iluminou o céu da Praça dos Romeiros e foi acompanhada de vivas e aplausos ao santo milagroso. Pela última vez na Festa, o Painel de São Francisco retornou para a Basílica e, enlaçados pelo dom da fraternidade, como amigos para sempre, os devotos receberam a benção com a relíquia do santo padroeiro.

Fonte: Serviço de Comunicação do Santuário – Frei Roberto e Caio

Fotos: Jander Silva

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