O homem sempre refletiu sobre a vida e sobre Deus. A Bíblia quer ser resposta a esses problemas existenciais. Respostas iluminadas pela fé. As pessoas viviam essas experiências, discutiam tais experiências, que depois de muito tempo foram escritas. O ponto de partida era sempre Deus. Ele é o ator principal. Deus falava pelas pessoas, pelo povo, pela experiência, pela fé. O conjunto dessas experiências escritas forma o que chamamos hoje de Bíblia. Os autores da Bíblia, portanto, são muitos, ou também podemos dizer, é um coletivo, o povo. Como diz Fr. Carlos Mesters, “a Bíblia é resultado final de longa caminhada, fruto da ação de Deus que quer o bem dos homens, e do esforço dos homens que querem conhecer e praticar a vontade de Deus, ou seja, a Bíblia é o fruto de mutirão prolongado do povo”.
Como é livro das experiências humanas à luz da fé, ela levou muito tempo para ser escrita; ou melhor, para serem postas por escrito todas aquelas experiências levou muito tempo.
Os estudos de hoje mostram que a Bíblia começa a ser escrita a partir do século IX a.C. E o último livro da Bíblia, do Antigo Testamento, a ser escrito foi o livro da sabedoria, aí pelo ano 50 antes de Cristo. No Novo Testamento o último livro escrito foi o apocalipse de São João, entre os anos 95-100. Portanto, a Bíblia não foi escrita num fôlego e num determinado tempo, numa data. Foi escrita lentamente, teve longa gestação, muito bem preparada por Deus.
Fonte: Jornal O Santuário. Colaboração: Wellington Costa (Teólogo)