No dia de São Francisco, Canindé fica pequenina e se torna um centro de oração. Canindenses, romeiros e devotos se tornam um só corpo e numa mesma miscigenação se unem para louvar o santo milagroso. As celebrações deste dia começaram cedo e com uma novidade: a missa do Romeiros na Praça de Assis às 5h da manhã. Desde o raiar do sol, os peregrinos se aproximaram do altar para celebrar o dia do santo.
As missas seguiram no Santuário, às 6h e 7h30, na Igreja das Dores às 8h e no Mosteiro do Santíssimo Sacramento às 6h. Uma das missas solenes deste dia 4 de outubro aconteceu às 9h na Quadra da Gruta de Nossa Senhora de Lourdes com a presença do Arcebispo Metropolitano de Fortaleza, Dom José Antônio Tosi Marques, que logo no início convidou a todos a rezarem nesta celebração pela presença franciscana em Canindé.
Seguindo a liturgia própria da solenidade de São Francisco, a celebração convidou todos a acolher a palavra de Deus que é revelada aos pobres e pequeninos. A mensagem evangélica testemunhada por Francisco foi expressa nas leituras proclamadas, lembrando sua vida na reconstrução da Igreja de Cristo, na entrega inteiramente a Deus como sua herança e taça, no seu orgulho que residia na Cruz de Cristo e ainda sua minoridade que encontrou respiro e vida nova nas palavras e gestos de Jesus.
Para iniciar sua homilia Dom José Antonio frisou que se une a todos os romeiros nesta peregrinação rumo a Canindé e destacou que só assim, através do caminho podemos entender melhor aquilo que São Francisco, como nosso irmão experimentou na sua vida. “Francisco seguia um caminho baseado nos bens materiais, mas houve uma reviravolta e ele começou a fazer um novo caminho” lembrou o arcebispo que continuou recordando as tantas romarias feitas por Francisco que o fez entender que existe outro caminho que é feito no coração e na vida.
“Quando tomamos um rumo de fazer uma romaria, ele não quer que pare em si mesmo, mas que chegue a Jesus vivendo de caridade e amor. Este é o sentido da viagem que fazemos. Existe uma outra estrada que é o próprio Jesus e que Francisco descobriu e tomou essas estrada com todas as dificuldades, mas no ato prático de amor a Deus amando os outros” ao falar sobre as estradas que escolhemos seguir e o amor assumido no caminho, Dom José falou que: Quando buscamos a velha estrada o amor é um mero sentimento, mas a nova estrada nos leva a sair em direção às necessidades dos irmãos.
Passando pelos textos litúrgicos da Solenidade, o arcebispo recordou que Francisco construiu uma casa para Deus, deixando uma herança na estrada aberta por ele, a busca de restaurar a casa do Senhor que primeiramente somos nós mesmos, assim é possível entender que primeira estrada de romaria é feito no coração e é aí que o amor de Deus vai reconstruindo nossa Casa e completou o pensamento frisando que oor conta de seu exemplo, Francisco se tornou caminho no caminho e é lembrado depois de 800 anos como um exemplo de vida.
Dentro da Teologia do caminho, o arcebispo lembrou que para seguir o caminho de Jesus é preciso renúncia e abraço da cruz, assim faremos a vontade de Deus. “Irmãos saibamos que o caminho é duro, assim também aconteceu com Francisco que teve que abraçar o leproso na qual era duro e amargo. O nosso caminho é feito de pedras, mudanças de climas, mas o amor de Deus nos faz abraçar a Cruz” destacou o prelado.
Apostolado lembrou que o anúncio do Evangelho tem que ser feito em comunidade, nunca sozinhos, sempre juntos em fraternidade. Se a gente se isola da comunhão dos irmãos não vamos a lugar nenhum. Devemos estar unidos aquilo que não vai ter fim, que é eterno. Nos unamos pelo amor maior que não passa.
Se nós somos filhos de Deus, assim como os frades são chamados os frades, somos todos em Cristo nosso Senhor no caminho da vida irmãos e irmãs.
Ainda hoje teremos missas, às 15h transmitida pela TV Evangelizar. Às 17h, acontecerá a grande procissão do andor com o São Francisquinho pelas ruas da cidade.
Fonte: Serviço de Comunicação do Santuário – Frei Roberto Alves
Fotos: Caio Renan