Trânsito de São Francisco é celebrado na última novena e acompanhado por milhares de devotos

Uma multidão de devotos e romeiros, lotaram a Praça dos Romeiros na noite desta quinta-feira (3) para celebrar o Trânsito de São Francisco que apresenta a passagem para a vida eterna do santo. Os devotos do estado homenageado da noite, o Piauí juntamente com tantos outros romeiros vindo de estados de Norte e Nordeste do país acompanharam a celebração com piedade e devoção meditando a partir dos textos e cantos franciscanos o sub-tema “As chagas de Cristo presentes em São Francisco e no caminho para a vida eterna”

Com um rito próprio, os devotos acolheram os membros da Família Franciscana (OFS, OSC, OFS, JUFRA e SMIC) e prosseguiram a celebração que já é costume tradicional, cantando a santidade do homem que é “modelo dos Frades Menores, espelho de virtudes, caminho dos justos e regra dos costumes”. A última novena, contou ainda com a encenação que encerra o Mistério da vida, da morte e ressurreição preparada pelos jovens da Comissão Paroquial da Juventude. 

Durante a celebração do centenário dos estigmas de São Francisco, realizada no Santuário de São Francisco das Chagas em Canindé, Frei Massimo Fusarelli, ministro geral da Ordem dos Frades Menores e sucessor de São Francisco, trouxe uma profunda mensagem sobre as feridas da humanidade e a esperança que nasce delas. O frade, ao iniciar sua pregação, expressou com humildade: “Paz e bem! Desejo falar ao vosso coração, mas a minha língua portuguesa é muito pobre. Espero que o coração possa falar aos vossos corações”. Apesar da barreira linguística, sua mensagem tocou os presentes ao conectar a vida de São Francisco com as dificuldades enfrentadas pela população nordestina.

Frei Massimo relembrou o episódio histórico em que São Francisco subiu ao Monte Alverne, em 1224, mesmo debilitado pela saúde e pelo peso emocional que carregava. “Francisco sobrecarregado pelas tensões da sua relação com o Senhor e seus irmãos, vivia uma grande tentação. Mas ele nos ensina a não termos medo das nossas feridas, elas fazem parte da nossa vida”. O pregador ressaltou que as feridas não são apenas individuais, mas coletivas, representando as dores do povo, do mundo e da Igreja. Naquela subida difícil, Francisco questionava: “Quem sou eu? Quem és tu, Senhor?” Essas perguntas profundas, segundo Frei Massimo, continuam ecoando em nossos corações nos momentos de provação.

O momento de maior transformação para São Francisco, segundo Frei Massimo, aconteceu quando sua oração se tornou uma mistura de alegria e dor, amor e compaixão. Em uma experiência mística, Francisco recebeu as chagas de Cristo em seu corpo. “Dor e amor juntos, ele está dominado por essa força que o marca profundamente na carne, assim como o amor de Cristo deixa marcas em nossas vidas”. O frade destacou a honra de celebrar a festa de São Francisco em Canindé, uma cidade que ele chamou de “a Assis do Nordeste brasileiro”, traçando um paralelo entre as chagas do santo e as dores vividas pelo povo nordestino.

Para Frei Massimo, as feridas de São Francisco representam as feridas do povo brasileiro, especialmente dos mais pobres e vulneráveis. Ele ressaltou a luta diária por uma libertação espiritual e material: “As chagas de Francisco são as nossas chagas. Aqui, especialmente entre os mais pobres, as feridas do desemprego, da desigualdade social e da violência nos cortam profundamente”. O pregador convidou os devotos presentes a apresentarem suas feridas a São Francisco, para que ele os acompanhe no processo de transformar essas dores em uma nova vida. “Que as nossas feridas possam se abrir para uma vida nova, porque o Senhor deseja isso para nós”, afirmou.

Encerrando sua homilia, Frei Massimo lembrou aos peregrinos que a presença em Canindé não deve fazer com que esqueçam suas feridas, mas que as enxerguem de uma maneira renovada. “Vir aqui como peregrino não nos faça esquecer as nossas feridas, mas encará-las de forma diferente, acreditando que o Senhor caminha com o seu povo”. Com palavras de esperança, o ministro geral reforçou que o sangue das chagas de Cristo e de Francisco brilha em cada uma de nossas dores e pode transformá-las em perfeita alegria. “O Senhor é o amor que abre novos caminhos. Boa festa de São Francisco e paz e bem a todos”. A celebração foi marcada pela fé e pelo forte apelo à superação das dificuldades por meio da espiritualidade franciscana.

Ao final da Cerimônia, os frades vindos do Monte Alverne trazendo a Relíquia de São Francisco presentearam os frades do Santuário com uma outra Relíquia e o Ministro Geral com uma casula e uma medalha que traz a identidade dos 800 anos do Dom dos Estigmas. Após a Benção de São Francisco conduzida por Frei Massimo, o céu foi tomado pela queima de fogos, deixando ainda mais colorida e festiva a noite que em si tem um caráter de alegria diante do testemunho do santo que chamou a morte de irmã.

Confira os registros da última noite de Novena:

Texto e Fotos: PasCom – Pastoral da Comunicação da Paróquia de São Francisco das Chagas

Serviço: SerCom do Santuário

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