Neste ano, pela quarta vez, a Imagem Milagrosa de São Francisco de Canindé ganha uma restauração. O processo foi considerado simples, já que a imagem estava bem conservada e já havia passado por reparos em 2005. Já de volta ao seu lugar, no altar-mor da Basílica de São Francisco, a imagem ganhou uma pintura que ressalta seus traços originais.
A restauração é um processo minucioso que visa resgatar a beleza da imagem e reparar algum dano que esta possa ter sofrido no decorrer do tempo. Os reparos foram feitos pelas mãos do restaurador Fabrício Costa da Silva, que no início do ano já havia restaurado a imagem de Nossa Senhora das Graças, da Igreja das Dores.
“A Imagem Milagrosa de São Francisco, felizmente estava bem conservada, apesar de ter sofrido algumas intervenções ao longo do tempo. Foi feita a repintura completa da imagem, devolvendo a suavidade dos traços do rosto e das vestimentas, nas quais foram aplicadas folhas de ouro”, explica Fabrício.
ESPECIAL
Confira no video um pouco da historia da imagem do nosso padroeiro São Francisco, que estar há mais de 200 anos no altar de sua Basílica.
De volta ao altar
Agora, de volta ao seu lugar tradicional, no altar da Basílica de São Francisco, vai continuar a ter cuidados especiais, já que tem mais de 200 anos. Limpeza periódica, proteção contra o tempo e o cuidado para evitar que a imagem seja tocada exige da equipe do Santuário atenção redobrada.
“Ninguém toca nessa imagem porque que ela fica no alto do altar da Basílica. A danificação dela foi pelo tempo mesmo, temos muito cuidado com ela”, ressalta o sacristão da Basílica, Aglairton Agostinho. “Temos muito cuidado, ela só estava um pouco descaracterizada da sua pintura original, por isso foi preciso restaurar”, conclui.
Curiosidades sobre a obra sacra
A Imagem Milagrosa de São Francisco de Canindé já passou por quatro restaurações: a primeira em 1864, a segunda em 1982. Em 2005 ocorreu mais um processo de restauração e agora a mais recente, em 2020.
Chegada em Canindé
Há duas versões sobre como a imagem veio parar em Canindé. A primeira, e mais aceita, aparece no livro “Memórias”, de Joaquim dos Santos Lessa, relata-se que a chegada da imagem ocorreu em 1796, por meio de uma doação realizada pelo Coronel Jerônimo Machado.
Já na obra intitulada “São Francisco das Chagas de Canindé: Resumo Histórico”, escrito por Frei Venâncio Willeke, OFM, traz também um outro relato sobre o seu surgimento. “Reza a tradição canindeense que o célebre missionário capuchinho Frei Vital de Frascarolo, vulgo Frei Vidal da Penha, teria intervindo na aquisição da segunda imagem de São Francisco, quando da missão por ele pregada em 1797; mas, o único autor contemporâneo, Joaquim dos Santos Lessa, lhe atribui apenas o levantamento do cruzeiro, diante do santuário.”
Mudança de local
Apenas uma única vez a imagem teve que mudar de local e sair por tempo indeterminado da que hoje chamamos Basílica de São Francisco. Veja o relato que aparece no livro de Frei Venâncio.
“Quando Frei Matias de Ponteranica, em 1910, encaminhou a reforma radical do Santuário cuidou a tempo de preparar os ânimos de seus paroquianos, removendo de fato as imagens para a igreja das Dores, onde a imagem milagrosa, durante cinco anos, recebeu as homenagens de festas e romarias, até a sua reentronização no Santuário novo, a 2 de maio de 1915.”