Na última terça-feira (4), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicou o levantamento completo dos nomes mais usados no Brasil baseado nos dados do Censo Demográfico de 2022, revelando que Maria e Francisco são os nomes mais utilizados no Ceará.
Mas o que há por trás da escolha de um nome?
São 546 mil homens chamados Francisco e 220.558 mulheres que carregam o nome em sua forma feminina em todo o Estado. Fazendo um recorte para a cidade de Canindé, são mais de 11 mil pessoas (9.523 homens e 3.536 mulheres) portando essa identidade, em uma população de 74.174 habitantes. O motivo? Um nome que teve origem entre os francos, ganhou espaço entre os franceses e chegou à cidade cearense por meio da fé e de uma devoção que atravessa mais de 260 anos. Essa identidade foi revestida pela devoção a São Francisco de Assis, que, com sua vida, encarnou o mais profundo significado do nome: “homem livre” ou “francês livre”.
Entre estes números e esta devoção, encontramos o caso de Francisco Yuri, que antes mesmo de nascer já carregava o nome do padroeiro de Canindé, fruto da grande devoção de sua mãe, Loane Maria, a São Francisco das Chagas. Em entrevista à equipe de comunicação do Santuário, Loane contou que o dia do nascimento foi marcado por um sinal especial: ao chegar ao centro cirúrgico, surpreendeu-se ao ver toda a equipe médica vestida de marrom, cor pouco comum nesse ambiente, geralmente dominado por tons de verde, azul ou branco. Para ela, aquele momento foi um gesto providencial, um sinal do cuidado de São Francisco. E para completar essa ligação entre os dois Franciscos, o pequeno Yuri nasceu na véspera do dia de São Francisco de Assis.





Por trás dos dados do IBGE, existem histórias de vida que, a partir de uma promessa ou de uma graça alcançada, encontraram no nome do Santo um símbolo de proteção e um sinal de bênção e prosperidade. Mas é importante lembrar que, muito além disso, desde os textos bíblicos, a escolha de um nome está intimamente ligada à imagem e à missão do fiel. Como afirma o Catecismo da Igreja Católica: “O nome recebido é um nome de eternidade. No Reino, o caráter misterioso e único de cada pessoa marcada com o nome de Deus resplandecerá em plena luz.” (CIC, 2159)
O nome está tão profundamente ligado à missão que esse foi também o caminho trilhado pelo próprio Papa Francisco, que, ao ser eleito Bispo de Roma, assumiu o nome do Santo de Assis após ser tocado pelas palavras do cardeal Cláudio Hummes, que lhe disse: “Não te esqueças dos pobres.” Sobre este fato o Papa Francisco recorda: “E aquela palavra gravou-se-me na cabeça: os pobres, os pobres. Logo depois, associando com os pobres, pensei em Francisco de Assis.” (Audiência do Papa Francisco com os jornalistas, 16 de Março de 2013)
De Assis a Roma, e daí até chegar ao Ceará, percebemos que a devoção dá significado à vida e à história de tantos Franciscos e Franciscas, que, facilmente encontrados pelos espaços do Santuário ou pelas ruas da cidade cearense, procuram, com a própria vida, espelhar o exemplo do Santo.
Entre os olhares que se cruzam diante da imagem do Pobrezinho de Assis, no altar-mor, brota uma identificação silenciosa, um desejo que não está escrito em documentos, mas guardado no coração: ao contemplar o homem das chagas, os romeiros e devotos reconhecem na vida dele o reflexo de suas próprias dores e feridas e buscam, como ele, transformar as feridas em flores cheias de amor.
De João para Francisco
Diante dessa reflexão sobre o significado e a escolha do nome, um episódio da vida de São Francisco de Assis chama atenção. Filho de Pedro e Dona Pica Bernardone, Francisco nasceu entre 1181 e 1182. Seu nascimento ocorreu enquanto o pai viajava a negócios. Sua mãe, então, o batizou com o nome de João (Giovanni), na antiga Catedral de São Rufino. Ao retornar de viagem, Pedro Bernardone decidiu mudar o nome do menino, que passou a se chamar Francisco, em homenagem à França, país onde o pai costumava negociar seus tecidos.
O nome, no entanto, tornou-se profético: o jovem de Assis cresceu e, livre de todo poder e ganância, abraçou uma vida despojada e entregue a Deus. Afinal, como ele próprio afirmava: “Um homem só vale aquilo que é diante de Deus.”
Texto colaboração: Roberto Alves e Roberta Ponte
Fotos: SerCom – Serviço de Comunicação do Santuário
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