“Dos Santos e Santas recebemos o exemplo que nos estimula na caridade, e a intercessão fraterna que nos ajuda a trabalhar pela realização do Vosso Reino”(Prefácio dos Santos II), com estas palavras a Igreja louva a Deus Pai que nos deu e continua dando o testemunho de homens e mulheres que levaram a sério a vida cristã que é o seguimento diário de Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida. A Igreja vive do testemunho, primeiramente de Cristo, “a Testemunha fiel” (cf. Ap 1,5) e dos santos e santas de Cristo Jesus, a começar pela Virgem Maria.
No livro do Apocalipse lemos: “Da mão do Anjo subia até Deus a fumaça do incenso com as orações dos santos” (Ap 8,4). Percebe-se que a Igreja desde o início acreditou que os que foram batizados, mergulhados na graça da morte e ressurreição de Cristo e buscaram com fidelidade viver em Cristo, praticando o mandamento do amor, ao morrerem se uniram definitivamente a Cristo – “único mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo, homem que se entregou para resgatar a todos” (1 Tm 2,5s). É a comunhão dos santos que afirmamos crer quando rezamos o Credo. Somos o corpo de Cristo, Ele é a Cabeça e nós, seus membros (cf. Cl 1,18; Rm 12,5; 1 Cor 12,27).
Já neste mundo, Deus nos fez intercessores quando, por exemplo, escolheu Abraão e Sara para serem pais de nossa fé, Moisés para libertar o povo de Israel da escravidão do Egito, os profetas para orientarem o Seu povo na vivência da Aliança! O próprio Jesus instrui seus discípulos para pedirem ao Pai operários para o trabalho da Evangelização, que consiste em cuidar da vida do povo para que tenha vida em abundância, pois o povo está como ovelhas sem pastor (cf. Mt 9, 35-38). Outro texto significativo é quando Deus pede a Moisés que abençoe o povo de Israel e lhe dá um “modelo” de bênção (Nm 6,22-27). Os pais são portadores da bênção de Deus para seus filhos!
Nós católicos adoramos a Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo e veneramos os santos e santas que nos ajudam a sermos santos, como Deus é Santo (cf. Lv 11,44). A santidade é um dos atributos de Deus, mas é também a vocação de todos nós, já neste mundo. É bonito ver São Paulo dizer: “Sejam meus imitadores, como também eu o sou de Cristo” (1Cor 11,1).
Dentro deste contexto, compreendemos a intercessão dos santos e seu culto, cujas as imagens ou estampas mantemos com tanto carinho e são expressão da santidade e bondade de Deus que nos fez à Sua imagem e semelhança (Gn 1,26-27).
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Saiba mais
É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias. (Constituição da República Federativa do Brasil – 1988, Título II, Capítulo I, Art.VI)